As enchentes de todos os anos

2022 começou com enchentes e suas catástrofes. Igualzinho a 2021, 2020, 1970, 3.000 a.C. e assim por antes.

Estava aqui relembrando quantos reis e dinastias foram derrubadas, apenas na China, por causa das enchentes, das Monções. Diante da incapacidade das Famílias Reais de fazer obras de contenção das águas, geralmente porque os nobres ricos se entregavam às disputas pelo trono e consumiam os recursos dos impostos em luxo e exércitos, os camponeses se revoltavam.

Resultado: atacavam palácios, cortavam cabeças e derrubavam dinastias e reinados. Uma dessas revoltas chinesas é a liderada por Liu Pang. Camponês analfabeto, virou imperador e fundou a Dinastia Han (206 a.C a 220 d.C.), contemporânea do Império Romano.

Entre as razões das revoltas, as catástrofes causadas por chuvas e cheias dos rios estão sempre presentes. Mas... foram essas mesmas cheias que construíram a China. Possivelmente foi em torno dos rios Amarelo e Yang Tsé que nasceu e cresceu a civilização chinesa. Aliás, são poucas as civilizações antigas que não floresceram em torno de bacias de rios, aproveitando as enchentes que fertilizavam a terra para o plantio na vazante e a força da água para o transporte e as trocas. O rio Nilo, o Tigre, Eufrates, o Tâmisa, Ganges, são alguns dos mais conhecidos.

E cá estamos nós, 5 mil anos depois do surgimento da civilização chinesa, rezando para a chuva parar e chamando o Pagé da dança da chuva para que ela volte.

Caminhemos, caminhantes, porque a Estrada humana é longa, muito longa. E insensata.


Rio Amarelo na China



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