Irmãs

Tenho delas memórias inventadas, lembranças de um tempo que ainda não chegou. Tempo em que somos meninas, corremos no gramado molhado de chuva, colhemos figos, pisamos uvas.

Crescemos...

Sábado à tarde, vestidos floridos, sentadas na varanda, sonhamos com o amor. Ele virá. Virá em forma de um beijo que dura uma vida, de filhos que um dia serão homens e mulheres, de filhos dos filhos. Virá em forma de um jardim sempre com flores, da casa que acolhe aqueles que chegam, de lençóis brancos estendidos no varal, balançando com o vento. Virá o amor em forma de semente plantada na terra, da espera pela colheita, do vinho vertido com as próprias mãos e do pão sovado na mesa - servido como dádiva. Virá o amor em forma de vida, que será nossa poesia quando o tempo finalmente chegar.

São memórias sonhadas, retalhos colhidos nos caminhos da lembrança.

Canela - RS

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