O Dilema das Redes. A manipulação final



Aí a galera acredita que a Bigtech Netflix faria um documentário sério contra... as bigtechs.

Resultado: os críticos acreditam sem criticar, abandonam as redes e deixam o território livre para os manipuladores. Perfeito.

Reativei minha assinatura da Netflix para ver o tal filme imprescindível. Entrei e a primeira coisa que apareceu na tela foi a informação de que ele estava entre os mais vistos. Em dois clics a bigtech conseguiu me manipular duas vezes.

Encarei de frente e fui...

Tudo o que foi dito no filme é verdade e a gente já sabia ou desconfiava. E esse é o problema principal. Ao dizer obviedades, ainda que necessárias, o filme esconde ou mal cita o que realmente importa:

Omissão 0. O espaço cibernético é um território como tantos outros. Já foi de uso comum, colaborativo, a utopia da integração do mundo. Hoje tem dono, posseiro, berço, capatazes, milícias, bigtechs. Terá que ser disputado e ocupado, como qualquer território importante.

Omissão 1. A ciência já comprovou que as telas prejudicam o desenvolvimento do cérebro das crianças até 14 a 16 anos (idade de crescimento do cérebro). Assim como se proíbe álcool e outras drogas às crianças, as telas também deveriam ser proibidas legalmente.

Omissão 2. E as redes não oficiais? Não existem? Os 4chan, qAnon, anon, e sabe-se lá quantas mais. Milhões de jovens homens desajustados (provavelmente por razões bem analógicas, biológicas, afetivas, ideológicas) que criaram e vivem no submundo do espaço cibernético e conseguem, muitas vezes como "brincadeira", eleger o presidente dos EUA, tirar a Inglaterra da União Européia, eleger Bolsonaro, ocupar a pauta de um mundo à deriva com temas como satanismo, pedofilismo, conspirações para todos os gostos e... não duvido... O Dilema das Redes.

Se o espaço cibernético está "dominado" a resposta não é abandoná-lo aos dominadores é ocupar o território.

Um bom começo poderia ser tirar as telas das crianças e dar a elas, logo nos primeiros anos escolares, lógica de computação e alfabetização midiática e informacional (conceito que já circula o mundo).

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